Les sujets sourds face à l'implant cochléaire : l'épreuve du moi-corps-sourd.Idéal de la réparation et conflit(s) narcissique(s).

Os sujeitos surdos diante do implante coclear : à prova do eu-corpo-surdo.Ideal da reparação e conflito(s) narcísico(s).

Deaf subjects facing cochlear implant : the ordeal of the deaf-body-ego. Ideal of reparation and narcissistic(s) conflict(s)

• Auteur / Autrice : Sophie Bergheimer
• Direction : Cristina Lindenmeyer, Christian Ingo Lenz Dunker
• Type : Thèse de doctorat
• Discipline(s) : Psychanalyse et psychopathologie
• Date : Soutenance le 17/12/2021
• Etablissement(s) : Université Paris Cité en cotutelle avec Universidade de São Paulo (Brésil)
• Ecole(s) doctorale(s) : École doctorale Recherches en psychanalyse et psychopathologie (Paris ; 2001-....)
• Partenaire(s) de recherche : Laboratoire : Centre de recherches Psychanalyse, Médecine et Société (Paris ; 2001-....)
• Jury : Président / Présidente : Mareike Wolf-Fédida
• Jury : Examinateurs / Examinatrices : Cristina Lindenmeyer, Christian Ingo Lenz Dunker, Mareike Wolf-Fédida, Jean-Michel Vives, Silke Schauder, Hélène Riazuelo-Deschamps, Andrea Benvenuto
• Jury : Rapporteurs / Rapporteuses : Jean-Michel Vives, Silke Schauder

Mots clés

Mots clés contrôlés

Implants cochléaires

Résistance (psychanalyse)

Psychologie

Corps humain

Langage

Langue des signes

Réparation (psychanalyse)

Surdité

Mots clés libres

Réparation

Conflit narcissique

Surdez

Reparação

Conflito narcísico

Linguagem

Corpo

Resistência

Implante coclear

Deafness

Reparation

Narcissistic conflict

Language

Body

Resistance

Cochlear implant

Résumé

Penser l'existence des sourd·e·s comme sujets conduit à un bouleversement des axiomes de l'appareil de la psychopathologie psychanalytique appuyés sur les faits et effets de la langue sonore. Dès lors, écouter ces sujets amène à travailler les thèmes du corps, du langage, de la langue et du lien aux autres. Cette étude est partie d'un constat : certains sujets sourds souhaitent rester sourds et ceci malgré la présence de l'implant cochléaire, considéré comme objet de réparation, qui offrirait une voie d'accès aux sonorités normalisantes. Ne pas entendre ces sons voudrait-il dire ne pas être affecté·e par le langage et l'autre, et ainsi ne pas se constituer en tant que sujet (alors que pour la psychanalyse, le sujet pulsionnel, par l'acte de parole, peut faire émerger sa dimension inconsciente) ? Comment comprendre ce refus de l'implant cochléaire qui, dans une première lecture, peut être compris comme résistance à l'inscription dans le lien social ordinaire et à une présence sonore dans le corps ? Autrement dit, quels sont les enjeux inconscients du refus de l'implant cochléaire chez les sujets sourds ? Que peut-il nous apprendre dans le travail de l'écoute et dans nos conceptions de ce qui fait sujet ? Pour répondre à ces questions, nous avons mis en place une méthodologie entre-deux - construction clinique et théorisation ancrée - qui s'est révélée être à l'image d'un des aspects du symptôme des sujets sourds face à cette démarche discursive et performative de la réparation. Les sujets sourds se retrouvent face à un conflit entre le moi-corps-sourd - témoignant de la participation de la surdité au montage du circuit pulsionnel et à l'entrée en relation avec les autres - et l'idéal du moi - qui est formé, entre autre, à partir du discours et des pratiques sociales de réparation. Notre réflexion sur la constitution subjective des êtres nés sourds et sur la place de la réparation de la surdité (d'autant plus idéalisée depuis l'existence de l'implant cochléaire) pour la société et pour les parents - majoritairement entendants -, permet de saisir le(s) conflit(s) narcissique(s) en agir. Néanmoins, la communauté Sourde tient un discours au sujet de l'être s/Sourd·e, de sa langue et de sa culture, et a des revendications vis-à-vis de la société Entendante. Par ce biais, elle rend possible le déplacement du rapport subjectif à la réparation. La communauté Sourde est un lieu de récupération de la résistance inconsciente individuelle, l'inscrivant dans une résistance collective et une lutte politique.

Pensar a existência do/a/s surdo/a/s como sujeitos implica uma forma de transformação dos axiomas que embasam a psicopatologia psicanalítica os quais se apoiam nos fatos e efeitos da língua sonora. Portanto, escutar sujeitos surdos nos obriga a retrabalhar os temas do corpo, da linguagem, do idioma e da relação com os outros. Nosso estudo começou a partir de uma observação: alguns sujeitos surdos querem permanecer surdos apesar de terem à disposição o implante coclear, considerado como objeto de reparação, que permitiria uma via de acesso aos sons normalizadores (tanto em sua dimensão normal quanto normalizante). Será que não ouvir esses sons significa não ser afetado/a pela linguagem e pelo outro, e assim não se constituir como sujeito (já que para a psicanálise, o sujeito pulsional, na sua dimensão inconsciente, pode surgir a partir da fala) ? Como compreender essa recusa do implante coclear que pode nos parecer, em um primeiro momento, um ato de resistência à inscrição no laço social dito normal e à presença sonora no corpo? Em outras palavras, quais são as implicações inconscientes dessa recusa para os sujeitos surdos? O que pode nos ensinar em relação ao trabalho da escuta e a nossas concepções sobre o que o faz ser sujeito? Para responder a essas perguntas, criamos uma metodologia entre-dois - entre a construção do caso clínico e a grounded theory - que, para nossa surpresa, se mostrou ser próxima de um aspecto do sintoma dos sujeitos surdos diante dessa abordagem discursiva e performativa da reparação. Tal como a metodologia, os sujeitos surdos se encontram diante de um conflito entre o eu-corpo-surdo - que testemunha da participação da surdez na montagem do circuito pulsional e na entrada da relação com o outro - e o ideal do eu - que é formado, entre outros, pelo discurso e pelas práticas sociais de reparação. Nossa reflexão sobre a constituição subjetiva dos seres humanos surdos de nascença e sobre o lugar da reparação da surdez (principalmente quando a presença do implante coclear torna possível a idealização da reparação) para a sociedade e para os pais - majoritariamente ouvintes - permite a compreensão dos o(s) conflito(s) narcísico(s) em ato. No entanto, a comunidade Surda tem um discurso sobre o ser s/Surdo/a, o seu idioma e a sua cultura, e tem reivindicações direcionadas à sociedade Ouvinte. Dessa maneira, ela torna possível uma nova saída frente ao impasse no qual os sujeitos surdos se encontram. A comunidade Surda é, desta forma, um 'lugar' de recuperação da resistência inconsciente individual, inscrevendo-a em uma resistência coletiva e uma luta política.

Thinking about the existence of deafs as subjects leads to a disruption of the axioms of the psychoanalytical psychopathology apparatus based on the vocal language's facts and effects. Therefore, listening to these subjects leads to working on themes such as the body, the linguistic, the language and their relationship to others. Our study started with an observation: some deaf subjects want to remain deaf, despite the presence of cochlear implant, considered as an object of reparation, which could offer a way of accessing normalizing sounds. Would not hearing sounds mean not being affected by language nor by the other, and thus, not constituting oneself as a subject (whereas for psychoanalysis the pulsional subject, through the act of speech, can bring out his/her unconscious dimension)? How can we understand this refusal of a cochlear implant which, in a first reading, can be understood as a resistance to the enrolment in the so-called normal social link and to a presence in the body with sounds? In other words, what are the unconscious stakes of the deaf subjects refusing a cochlear implant? What can it teach us in the art of listening and in our conceptions of what makes a subject? In order to answer these questions, we have set up an in-between methodology ' clinical construction and grounded theory - which turned out to reflect one of the symptom's aspect of deaf subjects' symptom in the face of the discursive and performative process of reparation. Deaf subjects are faced with a conflict between the deaf-body-ego - testifying to the participation of deafness in the drive circuit's assembly and in early relations with others - and the ego ideal - which is formed, amongst other things, from the discourse and social practices of reparation. Our thinking of the subjective constitution of human beings born deaf and of the role of reparation of deafness (even more idealized since the existence of cochlear implants for society and for parents - mostly hearing people -, allows to grasp the narcissistic(s) conflict(s) in action. Nevertheless, the Deaf community has a discourse about being d/Deaf, about its language and culture, and has claims regarding the Hearing society. This way, it makes it possible to displace the subjective relation to reparation. The Deaf community is a place of resumption of the unconscious individual resistance, in line with a collective resistance and a political struggle.